quinta-feira, 24 de junho de 2010

Alfabetização


Sugestões para os Níveis Conceituais

Pré -Silábico:

• Trabalhar com nomes próprios;
• alfabeto móvel (montar palavras de alguma poesia já conhecida pelos alunos);
• escrita espontânea '' listas'' (frutas, animais, objetos...);
• seqüência alfabética;
• quebra-cabeça de palavras (nomes, frutas, animais...);
• recorte e colagem de palavras;
• rótulos;
• parlendas e quadrinhas;
• observação de quantidade de letras entre palavras grandes e pequenas.

Silábico:

• Quebra-cabeça com palavras (poesias, parlendas. ..);
• jogo da memória;
• trabalhar palavras chaves, contar letras e sílabas;
• jogo da forca;
• bingo de palavras;
• alfabeto móvel; receitas;
• escrita espontânea;
• músicas, poesias, adivinhas;
• dicionário ilustrado.

Silábico-Alfabético:

• Textos coletivos; acrósticos;
• cruzadinhas;
• caça-palavras;
• textos, músicas, parlendas, quadrinhas fatiados.

Alfabéticos:

• Textos coletivos;
• escrita e leitura de textos diversos;
• cruzadinha com desafios, bilhetes, montar livro com estrofes de poesias;
• notícias; criar histórias a partir de outras.

Outras idéias...

Uma atividade legal também é o ditado (de criança para criança), onde podemos trabalhar as duplas produtivas.

Duplas produtivas

• Pré-silábicos com silábicos com valor
• Silábicos com silábicos alfabéticos
• Silábicos com alfabéticos.

Fonte: http://letramentoealfabetização.blogspot.com/
10 sugestões didáticas para solução de problemas

"A pior coisa que pode acontecer aos alunos é estar em sala de aula, durante uma hora inteira, sem qualquer dúvida. Isso pode significar duas coisas: uma possibilidade muito remota do professor estar muito claro, mas mais frequentemente dele não estar nada claro." Dr. Umran Inan

Tente iniciar cada conteúdo através da criação de um problema e explicando porque é interessante e importante.
Ao invés de pedir aos alunos que memorizem uma fórmula, ensiná-los a obter a fórmula e identificar suas partes.
Tente a abordagem passo a passo para resolver problemas. Faça perguntas pequenas ao longo do caminho para que os alunos possam ver como a solução está sendo calculada e enfrentem questões similares com a mesma estratégia.
Incentive os alunos a imaginarem maneiras de resolver o problema antes que você comece a trabalhar a solução em conjunto. Esta sugestão aproveita as habilidades dos alunos e encoraja-os a estender ativamente o seu conhecimento.
Quando você chamar os alunos, pedindo-lhes para tentar resolver um determinado problema, em vez de pedir-lhes a solução pergunte: "como eu deveria começar a trabalhar sobre este problema?" em vez de: "qual é a resposta para esse problema?"
Incentivar sempre as questões da classe e evitar responder diretamente. Certifique-se que todos estão ouvindo e compreendendo a causa e, em seguida, comece a trabalhar respostas em conjunto.
Se você mantém um alto grau de interação com toda a classe, eles podem estar mais dispostos a participar e fazer perguntas. Quanto mais cedo os alunos são estimulados a falar, mais provável é que vão contribuir durante o resto da aula.
Tente resolver o problema de duas maneiras diferentes. Isso dá aos alunos uma compreensão melhor da forma de abordar um problema e pode impedir erros futuros. Essa técnica também prende a atenção dos alunos, porque eles vão querer ver se a resposta é a mesma em ambos os casos.
Para ajudar os alunos a aprenderem a formular problemas, bem como encontrar respostas para os problemas, os alunos devem ser estimulados a apresentar situações ou problemas de temas variados, elaborando e respondendo perguntas para si próprios. Isso permite que vejam como o trabalho acontece nos níveis mais altos em sua disciplina.
Antes de passar para o novo conceito, tente perguntar aos alunos questões específicas sobre um problema representante para testar o aprendizado. Os alunos, muitas vezes, evitam responder a perguntas gerais, como "Será que todo mundo entendeu?" A questão mais específica ajudará o professor a avaliar melhor se já é possível avançar.
Tradução e adaptação do texto de: Nancy Plooster, TA Development Program; University of California, Santa Barbara.
fonte: Projetos Pedagógicos Dinâmicos
Encontrado no blog: http://psicolucia.blogspot.com/

terça-feira, 22 de junho de 2010

O que estraga nossas crianças?

Seis especialistas opinam sobre os maiores problemas dos pais na educação dos filhos atualmente.

Infância idealizada: pais erram ao tentar a todo custo poupar os filhos de frustrações
John Robbins é um autor norte-americano responsável por alguns best sellers - como "The New Good Life" e "Diet for a New America", ainda não publicados aqui - e colunista do Huffington Post. Ativista anticonsumo, ele publicou recentemente um artigo que toca em um ponto crucial da sociedade contemporânea: o que está estragando nossas crianças? Fomos ouvir vários especialistas, de diferentes áreas, para descobrir.

1. Excesso de consumo
Para o próprio John Robbins, de acordo com artigo publicado no Huffington Post, o problema passa longe do que alguns erroneamente classificam como "excesso de amor". Ele aponta a cultura de consumo como verdadeira responsável pelo problema. "O que estraga as crianças é o fato de que as ensinamos a preencher seu vazio a partir de fora, comprando coisas e fazendo atividades, em vez de aprender como se preencher por dentro, fazendo boas escolhas e desenvolvendo a criatividade", escreve.

2. Ausência forçada do pai
Segundo Mirian Goldenberg, antropóloga e autora de "Toda mulher é meio Leila Diniz" (Ed. BestBolso), a ausência da figura paterna é o maior problema para a geração atual de crianças. E essa ausência, muitas vezes, é causada pela própria mãe, ainda que ela seja casada com o pai. "Muitas mulheres vivem a maternidade como um poder que não querem compartilhar e percebem os homens como meros coadjuvantes — ou até mesmo figurantes — em um palco em que a principal estrela é a mãe", diz Mirian. "No entanto, não existe absolutamente nada na 'natureza' masculina que impeça um pai de cuidar, alimentar, acariciar, acalentar e proteger seu bebê, assim como não há uma 'natureza' feminina que dê à mãe a autoridade de se afirmar como a única capaz de cuidar do recém-nascido".

3. Competição entre os pais
A pedagoga Maria Angela Barbato Carneiro, coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da Pontifícia Universidade de São Paulo, vê vários fatores que podem estragar as crianças, mas ressalta um deles: a mudança na estrutura familiar. Muitos pais que trabalham fora se eximem de suas responsabilidades como educadores e não têm nenhum controle sobre os filhos. "As crianças se aproveitam e os pais competem entre si, para ofertar coisas aos filhos", comenta.

4. Tentativas de compensação
A ausência dos pais por conta de trabalho não é necessariamente um problema em si. O erro, alerta o pediatra antroposófico e neonatologista Sergio Spalter, é tentar suprir essa ausência com concessões que visam evitar 100% a frustração da criança. A criança aprende, assim, que para conseguir qualquer coisa basta chorar. "O problema é que, na vida futura, muitas vezes não haverão concessões, e uma pequena frustração poderá significar um grande problema para aquele jovem, que passará a desistir dos desafios", diz Spalter.

5. Excesso de fast food
A nutricionista Daniela Murakami, da Nutrir e Brincar - Assessoria e Consultoria em Nutrição Infantil, destaca um lugar onde facilmente se pode estragar uma criança: a mesa. Pais que optam pela comida fácil, rápida e pouco nutritiva das redes de fast-food ou de congelados para agradar seus filhos (e ter menos trabalho) podem estar plantando uma semente perigosa. "Esses 'mimos' são um risco para a saúde das crianças, pois elas passam a ingerir alimentos muito calóricos, com alto teor de gordura, sódio e açúcar refinado e não aceitam alimentos importantes, como frutas, verduras e legumes", explica. "Sentar-se com maior frequência à mesa e ter suas refeições com os filhos, pedir a ajuda da criança para preparar algum alimento, fazer um piquenique saudável no parque são formas 'inteligentes' de mimar as crianças, sem, contudo, estragá-las", completa ela.

6. Insegurança dos pais
Cada geração tenta reparar os erros da geração anterior - e, assim, a geração atual de pais, criada ouvindo muito "não", tem uma dificuldade em impor limites aos filhos. Perdidos na idealização de uma infância plenamente feliz, eles querem conselhos e orientações de médicos e da escola para tomar qualquer atitude com a criança. "Que lugar sobrou para os pais? Eles são meros executores dos conselhos e recomendações da escola e do médico? Isso fala de uma falta de confiança na própria experiência, no saber adquirido justamente quando eles eram crianças", explica Adela Stoppel, professora do curso de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae. Para Adela, ser pai implica assumir certos riscos, se responsabilizar pelas decisões sobre a educação de filhos, colocar em prática convicções pessoais, ideais e crenças. "Nossos filhos esperam que nós lhes digamos o que achamos e o que não achamos bom com base em nossa própria experiência", conclui.
Com Carinho, Tatiana


Analisando imagens

Educação básica
Lançado programa Biblioteca do Professor com 6 milhões de livros

Os professores da educação básica pública terão agora livros específicos para eles. É o Programa Nacional Biblioteca da Escola – acervo do professor criado pelo Ministério da Educação. O programa vai fornecer material de apoio teórico e metodológico para o trabalho do professor em sala de aula e contribuir como ferramenta para o planejamento de suas aulas.

A biblioteca contará com 154 títulos que compõem acervos a serem distribuídos por categorias. São 53 títulos para os anos iniciais do ensino fundamental; 39 para os anos finais do ensino fundamental; 45 para o ensino médio e educação de jovens e adultos; e 17 para os anos iniciais e finais do ensino fundamental da educação de jovens e adultos.

Os livros abordam conteúdos sobre alfabetização, língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciências, física, química, biologia, filosofia, sociologia, artes, educação física, inglês e espanhol. Serão distribuídos seis milhões de títulos para os professores das escolas públicas das 27 unidades da Federação. O investimento na Biblioteca do Professor é de R$ 78 milhões.

Confira a relação dos títulos.

Confira outras ações desenvolvidas pelo MEC para a formação dos professores:
Plataforma Freire
Portal do Professor
Pró-letramento
PNBE
PNLD

Assessoria de Comunicação Social
Palavras-chave: formação dos professores, biblioteca escolar


sábado, 19 de junho de 2010

Copa do mundo
Este quadrinho do Laerte possibilita boas discussões em sala de aula.


clique na imagem para ampliar

sexta-feira, 11 de junho de 2010


Jogos para trabalhar alfabetização, encontrados no blog http://www.cantinhodaeducacaoinfantil.com.br/
























quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vejam que material maravilhoso encontrei no blog:http://pragentemiuda.blogspot.com
Com o evento da copa, o professor tem uma ótima oportunidade de trabalhar Conteúdos relativos a África.


Projeto - Diversidade na África
Cada conteúdo abaixo é um link. Basta apenas clicar em cada ao acessar o blog.

Os costumes Africanos
Texto - Porque somos diferentes?
A Capoeira - Oficina de Texto
Fábulas Africanas e Atividades
Mensagem - As diferenças podem nos fascinar
História e Atividades - Chico Rei
Identidade - Antônio, o Angolano
Oficina - História em Quadrinhos
Quadrinha e Poesia - África
Imagens para Colorir
Trabalhando com Música
Lundu - Música Afro-Brasileira
Instrumentos Musicais Africanos
Caça Palavras - Instrumentos Musicais
Mancala - Um jogo que veio da África
Sucata - Construindo um Ganzá
Sucata - Bum! Toque o Bongô!
A dança do Carimbó
Imagens para Painéis
As Máscaras Africanas
Vamos fazer máscaras de papel?
Culinária Afro-Brasileira
Dominó da Culinária Africana
Arte - Vamos fazer tinta?
Palavras na Água e Jogo de Dados
Sete Erros e Caça Palavras


Mais materiais, também encontrados no blog citado anteriormente.
Especial Copa do Mundo - Diversidade

Poesia de uma Criança angolana
MUSIQUINHA AFRICANA - Siyahamba
MUSIQUINHA AFRICANA - Obwisana
MUSIQUINHA AFRICANA - Askari
Imagem Menino - Diversidade
Vídeo - Projeto África-Brasil
Projeto - Diversidade na África
Idéias para Painéis Diversidade - Preto e Branco
Idéias para Painéis Diversidade - Colorido
História - O ratinho branco e o grilo sem asas
Desenhos para Colorir - Diversidade
Mensagem - Valorize as diferenças
Quadrinha e Trava Línguas Ilustrados
Atividade - Caixa com gravuras
Poesias Ilustradas - Diversidade
Texto Ilustrado - Mundo Colorido
Atividade - Aceitando as diferenças
Projeto 'Não ao Preconceito'
Livro - Menina Bonita de Laço de Fita
Livro - As tranças de Bintou
Livro - O Cabelo de Lelê
Livro - O menino Marron
Livro - A linda menina de Angola
Estória - A boneca e o Palhacinho
Cartões para imprimir - Não somos iguais
Cartões para imprimir - Eu amo você
Cartões para imprimir - Somos diferentes
Paródias - Preconceito e Diversidade
Poemas, Poesias e Quadrinhas



*Além das sugestões já citadas, o professor encontrará muitas outras no referido blog, para trabalhar a copa, bem como, a África.
http://pragentemiuda.blogspot.com/

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Opinião

Professora “tia”: um ato falho na escola
Por: Prof. Maurício Apolinário

Algumas escolas adotam e permitem o tratamento de professoras pelas crianças por “tias”, o que é um erro enorme, prejudica o desenvolvimento da maturidade dos alunos, cria um vínculo entre professora e aluno que não contribui em nada com o ensino-aprendizagem, além de fazer com que as educadoras percam a referência do nome e o seu valor como pessoa.

Paulo Freire (1997) afirma que “a tarefa de ensinar” não deve transformar “a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco”.

As professoras e professores em geral não têm nenhuma relação de parentesco com seus alunos, pois a sua tarefa na sala de aula é o ensino-aprendizagem. Professora não é parente de aluno, ainda que, em certas situações, o seja por consangüinidade. Dizer que acha importante este singelo nome como forma de aproximação com o aluno é uma mera ilusão. A aproximação entre professor e aluno é conquistada por meio do diálogo na sala de aula, do respeito um com o outro, do chamar pelo nome. Esse negócio de “tia” tem muito a ver com essa psicologia barata de ratos de laboratório que nada entende de Educação e vive se intrometendo na vida da escola. Não me refiro aqui aos psicólogos que atendem em seus consultórios e muito menos àqueles que trabalham como psicopedagogos nas escolas. Refiro-me, isto sim, aos teóricos que geralmente nunca pisaram em uma sala de aula e acreditam que entendem e palpitam sobre o relacionamento entre professores e alunos.

Para Paulo Freire (1997), identificar professora com tia “foi e vem sendo ainda enfatizado, sobretudo na rede privada em todo o país, quase como proclamar que professoras, como boas tias, não devem brigar, não devem rebelar-se, não devem fazer greve”. Para completar, muitos pais possuem a mentalidade de que a escola é a responsável pela formação de seus filhos. É o velho ditado: “Sou eu quem paga o seu salário”. Segunda uma professora, respondendo a entrevista de uma pesquisa, “o aluno não é cliente, ele é a essência da escola, é humano e tem cidadania”.

Segundo o educador francês Bernard Charlot (2003), “no Brasil, o saber deve ter efeitos emocionais para ter valor. O lado afetivo do saber é muito valorizado, por isso algumas professoras têm grande dificuldade em deixar de ser "tias". Na França, a escola é mais uma instituição. Lá a professora não é "tia". A escola realmente é uma instituição, e deveria ser encarada como tal em nosso país. Caso contrário, se os pais repassarem à escola a responsabilidade de educar seus filhos, substituindo sua tarefa diária em casa, os professores deixam de ser professores, conforme o desabafo de uma professora da rede estadual paulista, falando sobre o papel dos professores: “Não são formadores de opinião. São babás” (Revista Educação, 2007: 54).

Professora “tia” é, portanto, um ato falho na escola. Nossos profissionais da Educação necessitam se posicionarem mais firmemente e se valorizarem diante dos governantes, da sociedade, dos alunos e até diante de si mesmos. Desde que sejam realmente professores.

Referências Bibliográficas:
CHARLOT, Bernard. “Saber + prazer + tensão = escola”. São Paulo: Revista EducaRede, 2003. Disponível em: < id_especial="37">. Acesso em: 14 jun 2007.
REVISTA EDUCAÇÃO. “Carta além dos muros”. São Paulo: Editora Segmento, 2007, nº 122.
FREIRE, Paulo. “Professora sim, tia não”. São Paulo: Olho d’Água, 1997.
SILVA, Messias Antônio da. “A ESCOLA SAGARANA: uma ruptura com a concepção da Qualidade Total, anteriormente implantada na Escola Estadual Padre Eustáquio?” Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do Título de MESTRE EM EDUCAÇÃO à Comissão Julgadora do MESTRADO EM EDUCAÇÃO, da PUC-Minas. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2002.
*Prof. Maurício Apolinário
é autor do livro "A arte da guerra para professores"
Contato: http://mauricioapolinario.sites.uol.com.br/educacao


Leitura da realidade

Ensinar a aprender
Por Içami Tiba

Temos vivido na educação escolar a cultura do "passar de ano". É um fazer o mínimo esforço para conseguir o máximo resultado, com o aprender em segundo plano. Em casa, o filho acredita que o importante é ser aprovado pois seus pais lhe imploram: "pelo menos passe de ano!" e ainda usam um recurso legal de se reprovado em uma escola e fazer uma reclassificação em outra escola e ser aprovado. Parece que o aprender não lhes interessa tanto quanto o diploma. Alguns estados brasileiros adotaram a Progressão Continuada, conhecida como aprovação automática, pela qual um aluno não pode ser reprovado a não ser por faltas. A maioria dos professores afirma que a educação piorou. Ser aprovado sem mérito não prepara o aluno para a vida.

O aprender é uma das formas de se construir o conhecimento. Os conteúdos que os professores passam em aulas chegam aos alunos como informações que deverão ser transformadas em conhecimentos. Estes, cada aluno tem que construir o seu. É preciso que ele aprenda esta construção. A informação que chega precisa ser compreendida, aceita, assimilada, experimentada e praticada. Assim, ela é transformada em conhecimento. A prática do conhecimento é a mãe da sabedoria.

Cabe aos professores fazer estas informações chegarem até o aluno, não importa quais recursos usem, e cabe ao aluno transformá-las em conhecimentos. Aos pais, cabe verificar se este aprendizado está ocorrendo.

O cérebro humano não aceita ficar sem resposta a uma pergunta. Pergunta e resposta são complementares, e ambas criaram a civilização humana. Oferecer respostas a quem não perguntou só tem significado a quem está interessado em sempre aprender. Mas se estas não forem usadas também caem no esquecimento.

Os conteúdos passados pelos professores são respostas a perguntas não feitas pelos alunos, portanto nada lhes significam. Se o aluno quer passar de ano, ele precisa responder às perguntas que caem na prova. Se ele é aprovado de qualquer maneira, para que gastar o cérebro em aprender o que nem vai usar? Se para as provas finais os pais lhe suprem com professores particulares, para que prestar atenção em sala de aula todos os dias? Se o aprender não tem significado, para que estudar?

A criança tem vontade de crescer e de ser e saber como o adulto que lhe ensina, protege e provê. A criança quer mostrar o que aprendeu. Isso lhe dá auto-estima. O adolescente quer enfrentar tudo sozinho, como se fosse dono de sua vida, não dependesse de ninguém, demonstrar que sabe mesmo sem saber e fazer o que tem vontade, mesmo que contrarie seus provedores. Não se pode querer ensinar uma criança e um adolescente da mesma maneira.

O adolescente já tem a capacidade de pensar do adulto, portanto o seu cérebro já funciona no esquema pergunta-resposta. O que os professores de adolescentes não captaram ainda é que os conteúdos das suas aulas são respostas a perguntas não feitas pelos alunos. Isto é, os alunos precisam aprender a perguntar. Geralmente, um professor não se pergunta para que serve ao adolescente o que ele está ensinando.

Quando um aluno aprende a existência da gravidade, percebe que ela está presente em todos os movimentos. Se não souber dela, tudo acontece à sua volta como se fosse natural. Quem descobriu a gravidade, segundo histórias, foi aquele que quis saber por que a maçã caiu na sua cabeça. As maçãs que já caiam antes desta descoberta continuam e continuarão caindo nas cabeças dos distraídos, mas agora já sabemos o porquê.

Aos interessados nos processos de aprendizados, recomendo a leitura dos meus livros Ensinar Aprendendo: novos paradigmas da educação e Família de Alta Performance: conceitos contemporâneos na educação, ambos pela Integrare Editora.
Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 26 livros.