quarta-feira, 21 de julho de 2010

CUIDADOS COM A SAÚDE VOCAL
Tânia Bello
Psicomotricista, Psicopedagoga, Fonoaudióloga - CRFa. 2542/SP, especialista em Linguagem - CFFa. 2440/04
E-mail: taniabello@uol.com.br

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A voz é uma ferramenta muito potente de comunicação humana, por isso devemos cuidar muito bem dela.
Todas as pessoas podem ficar atentas, no seu dia-a-dia e construir hábitos saudáveis que contribuam para manter a sua saúde vocal evitando, assim, transtornos como disfonia (rouquidão) e afonia (perda da voz).

O cuidado deve ser maior ainda para profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho. Professores, cantores, locutores, têm maior probablilidade de desenvolver problemas , como nódulos, por exemplo, que ocorrem devido ao uso frequente e inadequado das pregas vocais.

Em condições normais, a produção da voz ocorre da seguinte maneira: o ar expelido dos pulmões passa pelas duas pregas vocais que se localizam na laringe. Esta corrente de ar aproxima as pregas, fazendo com que elas vibrem e produzam o som. O processo deve acontecer de forma natural e sem esforço, o que muitas vezes não ocorre e pode desencadear alterações na voz.

Uma voz saudável é também fruto de uma mucosa íntegra. Nossas pregas são músculos cobertos por uma delicada mucosa, que pode ser afetada por fatores como inflamações do trato respiratório, fumo e uso bebidas alcoólicas. Em decorrência dessa agressão, normalmente surge o muco e o pigarro, que prejudicam ainda mais a produção da voz.

Portanto, caso você opte por ter uma voz saudável é importante reduzir e preferencialmente eliminar o álcool e o fumo, que aliás repercutirão em outros aspectos de sua saúde. Você sabia que o fumo é a segunda maior causa de câncer de laringe no Brasil?

Criar hábitos saudáveis é uma escolha. É sempre importante lembrar que para criar um hábito é necessário praticar com frequência, até que o comportamento torne-se natural e espontâneo.
Veja algumas dicas que você pode incorporar ao seu dia-a-dia. Sua voz vai agradecer e você ouvirá a diferença...

Beba bastante líquido, o equivalente a 8 copos de água por dia, em temperatura ambiente;
Se a umidade do ar estiver muito baixa, ou se o uso de ar condicionado for frequente aumente a hidratação;

Evite tossir e pigarrear, pois as pregas vocais serão ainda mais agredidas, prefira deglutir a saliva como forma de aliviar a “coceira”e, sempre procure um especialista para fazer o diagnóstico adequado de tosses e rouquidão;

Não fale em ambientes ruidosos, a tendência é elevar o volume a custa de um esforço nas pregas vocais.

Poupe sua voz em casos de alergias, gripes, resfriados e também após o uso excessivo, que deve ser evitado. Lembre-se que existem outros recursos comunicativos, a voz, apesar de muito importante não é a única forma de se expressar.

Publicado em 17/08/2009
http://www.pedagobrasil.com.br/fonoaudiologia/cuidadoscomasaudevocal.htm



Disciplina Dentro de Casa

"Educação não é a simples transferência do conteúdo de um livro, para o cérebro."

Não desenvolvemos nosso tato, ou audição, ou paladar, o que na verdade ocorre, é a simples adaptação dos mesmos às condições ambientais. O resto é interpretação, é dar nomes ao que estamos fazendo, ao que estamos sentindo. Não se amplia o tato, ou audição, ou paladar, através do conhecimento adquirido, apenas nos especializamos em interpretar aquilo com o qual temos contato.

Seria de grande utilidade que aprendêssemos sobre nós mesmos, antes de nos propormos a ensinar nossos filhos e alunos. Não deveríamos ensinar aquilo que não somos, mas podemos fazê-los repetir aquilo que também já repetimos. Isso não é educar, trata-se apenas de fazê-los, à força de alguma sugestão, adaptarem-se ao que também já nos adaptamos antes deles. Repassamos instruções, assim também como nos repassaram um dia. Instruções não educam, mas ajudam a tornar o indivíduo, um excelente profissional, um exímio imitador de gestos, expressões e palavras alheias.


Poderíamos começar do básico, com nossos medos. O que são os nossos medos e por que, a despeito de toda força da tradição, da cultura milenar, da nossa especialização que atinge o mais elevado nível intelectual, ainda não somos capazes de lidar adequadamente com ele? Por que ele persiste em nos atormentar vida afora apesar de todo poderio intelectual conquistado pelo homem até esse momento? Criam-se especialistas na psique humana, especialistas em angústias, em tristezas, mas a despeito de tanto empenho, por que tais perturbações continuam a fazer parte dos nossos mais importantes problemas?

Não começamos agora, somos o resultado de milênios de cultura e tradição; do poder das autoridades doutrinárias, dos reformadores “bem intencionados”, das centenas de homens de “boa vontade” que já povoaram as muitas civilizações de todos os tempos, e nossos problemas, ao contrário de nós, não são coisa nova. Somos recentes sobre a terra, nossos problemas não o são. Perduram a milhares de homens e tradições; de mudanças e guerras sociais, e a despeito do progresso material alcançado, psicologicamente parece que não progredimos um passo sequer.

Ainda somos tão medrosos quanto nossos mais primitivos ancestrais, e nossos estados emocionais, nunca compreendidos, portanto nunca r esolvidos, continuam a ser n osso principal embaraço existencial. Por que insistem as instituições chamadas de educacionais, em manter os seus modelos que já sabem tratar-se de uma metodologia estúpida, e sem pretensão nenhuma de construir um homem sensato? São capazes de instruir alunos a se tornarem repetidores voluntários, que agindo como se fossem máquinas, vivem no seu dia a dia como autômatos, seguindo ordens, obedecendo à comandos, sem a menor sensibilidade; repletos de todos os medos e angústias que já experimentaram todos os outros homens.

Não poderia ser diferente a angústia desse homem, uma vez que como imitadores perfeitos que são, que simplesmente se adaptam às situações do dia a dia, ou se deixam levar como pesos mortos, sem opor resistência alguma, ao sabor da correnteza, continuam a repetir até a forma dos sofrimentos dos ancestrais.

Se o objetivo da vida de cada homem, “educado” segundo estes critérios for à manutenção do caos humano, da angústia e sofrimento que se arrasta civilização após civilização; da manutenção dos seus medos e violência, das guerras cujo objetivo é tão somente defender a supremacia de opiniões estúpidas e sem valor, então as escolas atuais são perfeitas para ele. Se ao contrário, qualquer uma dessas coisas o incomoda, não o são, uma vez que não cuidam de ajudar a resolver esse problema.

Observando a ordem interna de nossas casas, logo podemos perceber, que o bom senso que buscamos fora dela, deve-se ao fato de não o praticarmos internamente. Na maioria das vezes, os melhores amigos de nossos filhos e filhas, não são seus pais, mas amigos de fora. Isso é quase uma regra geral, que faz parte da tradição e cultura, que é mesmo incentivado pelas escolas e pelos próprios pais, e alguns poucos que se aventuram em contrariar tal prática, logo são considerados estranhos, de fora de moda, ou caretas.

A criança, mais que um adulto, necessita de cuidados especiais, de uma atenção maior por parte dos educadores e pais. Estão elas sendo “formatadas” para se tornarem adultos, e a depender dessa formatação, construirão um mundo de desarmonia ou harmonia. Mas como podemos construir nosso filho ou aluno, à imagem do bom senso, se as influências de todas as partes, a nosso ver, teimam em fazer o contrário? Será que o exemplo não começa dentro de casa? Afinal de contas, esse é o ponto de origem de qualquer criança. É seu ponto de partida e de chegada ao final do dia, ou do período que se mantém afastado dos pais.

Os problemas do mundo já existiam antes de nós existirmos. Não existem novos problemas, apenas novos indivíduos experimentando as mesmas coisas.

Supondo que caminhemos sobre uma linha reta, sobre a qual podemos andar para trás ou para frente; e qualquer que seja o sentido ou a direção que venhamos a tomar, será sempre, para trás ou para frente. É uma linha inflexível, e esta representa o que nesse momento somos como indivíduo; nossa inteira formação psicológica, nosso modo de avaliar coisas e pessoas, nosso arquivo pessoal de informações com as quais julgamos qualquer situação do nosso viver. Essa linha inflexível representa o tempo, o tempo necessário para a assimilação das idéias do mundo, e construção de nossa personalidade. Não são idéias novas, pois nem o mundo é novo, nem suas tradições são novas. Mas como seres recém chegados ao mundo, logo nos tornaremos tão velhos quanto suas idéias e tradições, pois são elas que formatarão nossas personalidades, e sentimentos, e medos, e angústias.

Podemos constatar tudo isso de uma forma muito singular. Perguntemo-nos se há em nós algum sentimento emocional único, nunca experimentado e rotulado antes por mais ninguém; e mais ainda, se há alguma idéia absolutamente nova em nossos pensamentos, uma vez que qualquer idéia se baseia em tudo que existe, e que já assimilamos do próprio mundo. A resposta será não, pois o mesmo conhecimento que formou minha psique é também do mundo, e está disponível para todos. É claro que cada cultura contribui com uma parte, e na parte de nossa cultura, nos encaixamos. E todas as culturas juntas, como fragmentos, formam o conhecimento do mundo, a mente, ou psique possível desse mundo.

Isso inclui o conhecimento material e o emocional; os problemas criados e as soluções sempre parciais que se apresentam. Somos o resultado de tudo isso, e sensato seria questionarmos por que as soluções são sempre parciais, e por que ainda há o problema do medo, dos conflitos, do sofrimento.

Passados tantos séculos de tentativas; de planos para colocar o homem em ordem, de repressão violenta com a mesma intenção; de reformas sociais e religiosas, sem um resultado definitivo, resta-nos questionar se o pensamento do homem, todo o seu conhecimento, é capaz de promover essa tal transformação.

Podemos continuar a esperar pela escola, pelas reformas sociais ou políticas; que o tempo resolva a questão, a despeito de passados milhares de anos e civilizações, ainda não o ter feito, ou podemos, ao contrário, começarmos uma reforma em casa, um ajuste interno que não dependa mais de tais influências ou opiniões, de quem quer que seja. É um passo gigantesco, uma vez que não nos guiaremos mais por ninguém, nenhuma tradição ou propaganda. Será um aprendizado novo, a partir de nós mesmos, da prática com nossa família e amigos, do contato intimo com nossos filhos e cônjuges. Aprenderemos enquanto vivenciamos, enquanto sentimos; enquanto sofremos com nossos problemas, ou enquanto nos empenhamos em resolvê-los, e dessa experiência, certamente que nascerá um novo homem.
http://professoravivianferreira.blogspot.com

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